quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Os Ralis - década de 2000

Com a definição dos WRCar, muitas fábricas resolveram ascender à categoria principal, como Hyunday, SEAT, Škoda, Suzuki, Citroën, Peugeot, etc. Dessa vez, a mudança nos carros foi mais sutil do que em 1986/87, como mantiveram a mesma potência, o que mudou relamente foi o comportamento dos carros, que usavam agora caixa sequencial de 6 marchas, geralmente a boa e velha Hewland X-Traq. Algumas marcas foram espertas como a Ford, que desenvolveu seu carro baseado no A8 já existente, e que mudando algumas peças era basicamente um F2!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! A Toyota retorna de seu exílio, e dessa vez com um carro pequeno, o Corolla WRC, e a Mitsubishi faz a aposta mais conservadora e lança seus carros baseados na homologação A8, o Lancer Evolution VI foi o último WRCar a ser baseado nos critérios do Gr.A. E com o tempo, os auxílios eram desenvolvidos, controle de tração, diferencial eletrônico, injeção de água (bainda em 2006), mousse e sistemas anti-furo de pneus (banidos em 2008).


Em 2006 houve um impasse quanto ao regulamento do WRC, que culminou com a "retirada" de algumas equipes de fábrica, na verdade elas colocaram em seu lugar equipes-satélite: Kronos-Citroën; Red Bull-Škoda; OMV-Peugeot e a estréia da Stobart-Ford. As únicas equipes de fábrica a permanecer foram a da Ford, e da Subaru.
Nas outras classes também ocorreram mudanças, o antigo Grupo N, passava a ser PWRC (Production World Rally Championship) em 2002, e a criação do JWRC (Junior World Rally Championship), usando carros S1600 em 2001, categoria que servia para jovens pilotos entrarem nos ralis internacionais, com limite de idade de no máximo 28 anos como piloto.
Os carros S1600 substituíram os kit-cars, com uma diferença enorme, não necessitavam de envolvimento do fabricante para homologação, como os Ford Fiesta e Opel Corsa, sendo o último desenvolvido sem qualquer envolvimento da Opel.


Outra mudança planejada para a década seguinte é a introdução dos S2000 no lugar dos WRC a partir de 2011.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Os Ralis - década de 1990


Após o período de adaptação e mudança de Grupo B pra A como categoria principal, os fabricantes logo desenolveram versões mais "acessíveis" dos carros para homologação, já que o regulamento para o Gr.A previa 5.000 unidades mínimas. Para isso, pegavam uma versão top da linha, e mandavam para um preparador para desenvolver uma máquina de corridas, ou a própria divisão de corridas fazia isso elaborando kits de performance, os kit-car.
No campo das competições, a classe se subdividia entre os Formula 2 litros (carros 4x2 com motores de 2.000cc), os kit-car (nas classes A5-A6) e os carros do topo, os A8 (carros 4x4 com motor de 2.000cc e potência limitada em 300HP).
Com isso várias marcas se interessaram em participar do campeonato. E foi nessa época que surgiu um grande número de carros legendários dos ralis: Subaru Impreza (Prodrive); Mitsubishi Lancer Evolution (Ralliart); Ford Escort RS (Cosworth); Volkswagen Golf GTI (Oettinger); Peugeot 306 Maxi; Toyota Celica GT-Four; Renault Clio (Williams); Lancia Delta HF Integrale Evoluzzione; Škoda Felicia kit-car; SEAT Ibiza kit-car; etc.

A disputa foi boa entre as marcas, com a Lancia se aposentando em 1994, após 10 títulos mundiais de construtores e 74 vitórias no WRC. A Toyota se destacou como a marca a ser batida, mas em 1995 a FIA baniu os japoneses das competições mundiais por 12 meses, fato inédito no automobilismo, relegando os excepcionais Toyota Celica GT-Four aos campeoatos locais e continentais.
Mas em 1997, a FIA resolveu alterar o regulamento, eliminando os A8 e substituindo-os pelos WRCar, mesclando elementos dos carros Gr.A com elementos do que seriam os Gr.S. Isso acabou dando uma visibilidade maior e trazendo mais marcas pro campeonato.
Mesmo com o domínio da Lancia no início da década, os anos 90 marcou o domínio dos fabricantes japoneses na categoria. Em 10 anos, 7 títulos seguidos de fabricantes japoneses: Toyota (1993-1994, 1999); Subaru (1995-1997) e Mitsubishi (1998). Nas outras categorias, a disputa era equilibrada entre os KC (kit-car) e os F2, principalmente em provas de asfalto, onde acompanhavam os A8 em alguns casos.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Carros de Competição: GAZ M21 Volga

Os carros soviéticos eram interessantes, a maioria eram cópias feitas de modelos do ocidente, porém com um menor refinamento mecânico, o Volga nada mais era que uma versão ruskiie do Ford Mainline da mesma época. Era o orgulho da V/O Avtoexport, departamento do governo que cuidava da exportação de veículos, foi premiado na Feira Universal de Bruxelas em 1958.
 Era um carro robusto, e bastante oldschool, com seu motor 2.445cc de quase 100HP, embora tracionado por uma caixa de 3 marchas. Teve seu momento de glória em 1959 quando ganhou o 1000 Lakes daquele ano e chegou em terceiro no Rali de Acrópole mesmo após um acidente grave durante a prova, um capotamento causado por um pneu furado que destruiu o carro quase completamente.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Os Ralis - década de 1980

Ah! os loucos anos 80, new wave, coisas coloridas...e as mais velozes máquinas da história do automobilismo. No início da década a FISA decidiu reorganizar a estrutura da classificação dos carros, passando de numérica (Gr.1-5) para alfabética (Gr.A-N). Com isso, o Gr.1 se tornaria o Gr.N (carros de produção com poucas modificações); o Gr.2 viraria o Gr.A (carros de produção modificados); o Gr.4 (carros GT modificados) se fundiria com o Gr.5 (carros-esporte) e se tornariam o Gr.B. Basicamente, a Federação cometeu um erro fatal logo na mudança de regulamentos, em 1982. À critério de homologação, eram necessários o mínimo de 200 carros por ano, isso somado a um regulamento que era uma mãe para as montadoras, fez com que os carros evoluíssem a passos largos.
Exemplo, imaginem um carro hipotético, a fabricante pega esse carro, e desenvolve uma versão esportiva dele, faz as duzentas unidades para homologação e coloca o carro pra correr. Para fazer qualquer modificação significativa, era só fabricar 10% da produção anual, com isso, em um ano um modelo hipotético poderia ter  três evoluções durante o ano!!!
Vendo que as fábricas faziam a festa, já que para homologarem seus carros fabricavam o limite mínimo e nesses 200, os carros de corrida estavam inclusos, além de fabricarem versões de rua que eram diferentes entre si (saiam carros iguais, mas com rendimentos diferentes), fez a FISA rever os conceitos e planejar um substituto para o Grupo B, com um regulamento mais sensato, e com uma homologação mais acessível, seria o Grupo S, onde teriam carros de até 300CV, com carroceria sillhouette (desenho livre e sem a obrigatoriedade de "ser" algum modelo existente), sem a possibilidade de evolução do carro durante o ano.
Mas nesse período, a falta de limites do Gr.B cobrou seu preço, cada vez mais acidentes com vítimas fatais, tanto pilotos como espectadores, fizeram a FISA tomar uma providência, suspenderam o Gr.S e cancelaram o Gr.B em 1986. Foi uma mudança radical, pois saíram de carros de rali que andavam tanto quanto um F1, para carros mais fracos (Gr.A). Além disso, muitos pilotos se afastaram do WRC em protesto, e as fábricas ficaram perdidas, pois algumas já possuíam inclusive os carros pro Gr.S prontos, e tiveram que fazer um carro às pressas para competir. Embora, o Gr.A fosse válido para campeonato desde 1986, só no ano seguinte é que foi "promovido" ao topo dos ralis, a diferença entre os carros foi sentida e duramente criticada pelos pilotos logo nas primeiras provas. A Lancia se destacou como a marca mais vitoriosa nos ralis foram 4 títulos na década, sendo que a partir de 1987, estabeleceu uma sequência de 6 títulos consecutivos. E assim foi aquela que é considerada a década de ouro dos ralis....

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Os Ralis - década de 1970


Ah os anos 70...a era que definitivamente separou os meninos dos homens no automobilismo. No final dos anos 60 começaram a aparecer patrocinadores principais para as equipes de corrida, mas não como antes, empresas não relacionadas ao setor automotivo começaram a olhar os carros de rali como uma boa fonte de propaganda...adicionando à marca características de velocidade...vitória...e blábláblá. Ao contrário da F1 onde as equipes seguiam o esquema de cores nacional imposto pela FIA, nos ralis, as equipes carregavam as cores de suas marcas (FIAT usava o tradicional vermelho/amarelo da Abarth, Lancia usava vermelho escuro, Toyota usava branco/vermelho, e por aí vai...Foi quando iniciaram os primeiros campeonatos internacionais de rali, com calendários que usavam etapas que eram também válidas para os campeonatos locais, dando origem ao Campeonato Mundial de Rallies. E nisso, os ralis ganharam o mundo, além das provas tradicionais como o RAC Rally (Inglaterra), Press-On-Regardless (EUA), 1000 Lakes (Finlândia), Acropolis Rally (Grécia), Tour de Corse (França), Bandama Rally (Costa do Marfim), Safari Rally (Quênia) Rally Sanremo (Itália), Rallye de Portugal (Portugal) e Rallye Automobile de Monte Carlo (Mônaco) . Também ocorreram provas em Marrocos, Canadá, Polônia (ainda comunista), Áustria, Nova Zelândia, Austrália, Escócia, Argentina, Brasil, Espanha, Indonésia, China, Japão, Alemanha, Chipre, Gales, Turquia, México, Noruega, Irlanda, Jordânia.

Nesse meio tempo, surgiram os primeiros patrocínios, pouco tempo depois das Lotus Gold Leaf ditarem novos conceitos, surgiram os primeiros Lancia-Marlboro nos ralis, e com isso muitas empresas fora do ramo automotivo começaram a estampar suas cores e marcas, nos carros, algumas de forma duradoura, como a fabricante de bebidas Martini, a companhia aérea Alitalia, as tabagista Rothmans International e Phillip Morris. Até o final da década eram mais comuns em equipes privadas ou semi-oficiais, mas as equipes de fábrica só passariam a "vestir" outras cores na década seguinte.
Do meio da década pra frente as marcas começaram a setorizar suas operações, usando carros diferentes em categorias diferentes...mas focando sempre nos Gr.4, que eram as estrelas do show, mesmo tendo uma fenda abissal entre o carro de rali e o de rua. Basicamente pegavam um modelo de grande produção e de apelo popular, e faziam uma versão bastante esportiva que geralmente destoava do modelo original, onde as únicas ligações eram as linhas basicas e o nome do carro.
Nisso, a coisa foi cada vez mais ganhando a forma do que seria o espetáculo da década seguinte. Com a Audi retornando (antes corria sob a marca-mãe Auto Union), e com pouco tempo de casa já contraria o principal paradigma da categoria, e ousam correr com um carro de tração integral, que virtualmente seria pesado e lento. Mas nas palavras de Jean Todt, após o lançamento do Quattro, a diferença entre os Audi e o resto passaria a ser medida não mais com cronômetros, mas com calendários!