Após impressionarem chegando em segundo na primeira edição do Rally Oásis (futuro Dakar), com um pequeno Renault R4, os irmãos Marreau voltaram três anos depois com um protótipo baseado no modelo R20, com motor 1.6 turbo de 132HP e tração nas quatro rodas e levaram a vitória, duelando contra os favoritos da Prova, os Ladas Poch, Mercedes entre outros. A dupla contava com apoio da marca, tanto que o 20 turbo 4x4 usava as cores da Renault Compétition na época, além de ter sido desenvolvido exclusivamente para a dupla.
Inspirado no post do amigo Thomé, trago o carro mais carismático do Dakar dos últimos tempos, o Citroën 2CV Sahara conhecido como bi-bip, participou das edições de 2005 e 2007 da prova, nas mãos de Ribas Cyril e Marques Georges, não foi o mais competitivo, mas sempre era mencionado nas transmissões enquanto estava na prova. Mecanicamente era um Sahara preparado para Cross-Country, com equipamentos de navegação e segurança, além dos acessórios básicos para esse tipo de prova, como tanques de combustível maiores, faróis pra tempestade de areia, etc.
Após o final do Grupo B, e o retorno da SEAT às competições, o Departamento de Estudios Avanzados, começou a trabalhar em uma versão Raid do Ibiza, inicialmente era para o Paris-Dakar.
O carro contava com estrutura tubular, carroceria de materiais compostos, motor Audi V8 de 300 HP, tração integral e transmissão por transeixo.
O carro não chegou a passar de protótipo, servindo de base para o desenvolvimento do Toledo Marathon.
Um dos carros mais curiosos que já passaram pelo Cross-Country, foi o Rolls Royce Silve Shadow, sim, uma limosine que participou do Rally Dakar de 1981, pilotada e idealizada pelo piloto Thierry de Mortcorgé, em um jantar com amigos, e meses depois com apoio de Christian Dior, que aproveitou a oportunidade para divulgar sua fragância "Jules", entrou como patrocinador principal do carro. O carro sofreu modificações em sua carroceria, com os painéis sendo substituídos por cópias feitas em poliéster, mantendo apenas as portas, capô e porta-malas em alumínio. Contava com um chassi tubular desenvolvido especialmente para o carro, sistema de tração 4x4 da Toyota Land Cruiser assim como caixa de marchas de 4 velocidades também da Toyota. Para empurrar isso tudo foi usado um motor Chevrolet V8 de 5.700 cc com 350HP, alimentado por um "pequeno" tanque de 330 litros. Na corrida o carro ia bem em 13º mas devido a uma quebra da barra de direção sofreu um acidente e levou bastante tempo para ser reparado. Foi desclassificado, mas seguiu como um dos 40 carros a terminar o Dakar daquele ano.
O Mitsubshi Starion 4WD, foi desenvolvido pela Ralliart para ser um carro vitorioso. Contava com a mão de Alan Wilkinson, que tinha passagens pela Audi (onde auxiliou no desenvolvimento do Audi Quattro), TTE (Toyota Team Europe), e Ford. O Starion 4WD estreou nas competições internacionais no Paris-Dakar de 1983, mas só conseguiria homologação para o Grupo B a tempo de participar do RAC Rally (Inglaterra) de 1986. Enfim, com o fim do Grupo B marcado para o final da temporada de 1986, o carro não conseguiu homologação. O carro em si era promissor, tração 4x4 da Pajero, com divisão de torque fixa em 50/50, motor de 1995 cc "Sirius Dash" turbo com 350 HP, com injeção Bosch EFI, que contava com um cabeçote com três válvulas por cilindro, sendo duas de alimentação. A diferença dele para o Starion de rua, era a frente mais curta devido a remoção dos faróis escamoteáveis, sendo substituídos por faróis normais.
Bom, aproveitando a deixa do Dakar, e realizando uma solicitação antiga de um amigo, vos trago o MAN KAT Proto 8x8, pilotado pelo trio Alain Galland/Jean-Louis Raimondi/Guy-Louis Duboucheron. O mastodôntico caminhão da Seiko foi usado no Rali Dakar de 1982. O Bruto foi feito com base no MAN KAT padrão, um modelo com características de transporte pesado, com uma carroceria especial para correr, além das alterações necessárias para uma prova desse tipo, mas havia um toque de delicadeza no bruto, devido ao enorme espaço interno, foi feito um salão de recepção luxuoso na parte traseira do caminhão, usado no final de cada etapa!!!! Na prova foi razoável, tendo abandonado no meio do percurso.
Bom, retornando aos carros de Cross-Country, o SEAT Toledo Marathon foi um dos grandes carros que correram na categoria protótipos 4x4, lançado em 1992, substituindo os SEAT Marbella Proto e os Ibiza Bimotor nos ralis, o Toledo Marathon, fez um grande sucesso numa carreira relativamente curta, foi vencedor do Baja Portugal em 1993 com José Maria Servià, em 1994, foi bem no Mundial Cross-Country, sendo segundo no Baja Portugal, com Erwin Webber, e terceiro e quarto lugares no Baja España com Webber e Servià respectivamente. Seu último grande resultado foi um segundo lugar no Raid da Grécia, com Servià, e em 1994 se despede com o fim dos protótipos 4x4. No ano seguinte, a marca começaria seu retorno ao WRC com o fabuloso Ibiza Kit-Car.
Nascido em Madrid, começou a correr em ralis em 1980 quando trancou a Faculdade de Direito, para se dedicar às competições, em 1987 estreou no WRC pela Ford, com um Ford Sierra RS500 Gr.A, no Rally de Portugal, mas em 1990 foi para TTE (Toyota Team Europe) onde além de se sagrar campeão do campeonato Ásia-Pacífico, faturou o WRC mostrando o quão competitivo o Toyota Celica GT-Four ST165 era, e dois anos mais tarde se tornaria bicampeão no seu ano de despedida da Toyota, e se transferindo para a Jolly Club (equipe satélite da Lancia) em 1993. O que se mostrou um passo errado, pois por questões contratuais (o patrocinador de Sainz era concorrente do patrocinador principal da equipe) e com o fim do interesse da Lancia no WRC, Sainz se vê à procura de uma nova equipe.
E em 1994 se junta com a emergente Subaru onde como companheiro de Colin McRae dão o título mundial de contrutores para marca. Em 1996 volta pra Ford onde ficou por dois anos correndo com os Escort RS e WRC respectivamente e em 1997 ganha o Race Of Champions. Em 1998 retorna para a Toyota, onde auxilia no desenvolvimento do Corolla WRC, e por infelicidade, perde o tricampeonato a 500 metros do final do último estágio na última etapa do WRC, em 1999 a TTE se retira dos ralis, e Sainz volta pra Ford, onde volta a fazer dupla com McRae.
Após um razoavelmente longo período na Ford sendo três vezes 3º no mundial, ele novamente se muda, desta vez para Citroën em 2003 e no ano seguinte se retira do WRC.
Em 2005 ele faz um teste com uma Renault, e susbtituiu François Duval que havia se acidentado.
No ano seguinte se muda para os ralis Cross-Country com a Volkswagen. E como apaixonado por futebol, nesse mesmo ano, concorreu para vice-presidente do Real Madrid, time pelo qual havia treinado. Em 2007 se sagra campeão mundial de Cross-Country, e esse ano ganha o Central Europe Rally , prova "substituta" do Dakar que foi cancelado por ameaças terroristas.
Toyota Celica GT-Four ST185 Carlos Sainz. Segundo boatos, Carlos Sainz vai assistir aos jogos do Real Madrid com o modelo que recebeu da Toyota
O Lada Niva Poch, tem uma história semelhante ao do Pajero Evo, começou como um Niva preparado para corridas, e aos poucos foi evoluindo na mecânica, enquanto o desenho seguia o mesmo. Em 1978 começaram os preparativos pra a participação da Lada no Dakar em 1980, e a importadora francesa Poch (que trazia a marca para a França) foi encarregada da preparação. A cilindrada do motor, assim como a potência foi aumentada gradualmente, dos 1.6 originais e 110CV passou para 1.8 com 140CV com peças Strakit, depois passou para 2.0 com potência variando de 150CV até 160CV. Em 1983 o motor original foi trocado por um Maurelec de 2.5cc com potência de 180 até 215CV. No ano seguinte passou a usar a caixa de marchas do Peugeot 505 turbo e um motor ROC de 2.4cc com potência de 290CV usado em alguns carros de Fórmula 2, mas esse motor era frágil para uma competição como o Dakar, e no ano seguinte foi substituído por um PRL V6 central de 3.5cc e 270CV. Em 1986 retornaram aos ROC, dessa vez um 280 com 310CV. Os Lada Niva Poch foram aposentados em 1988, e em 1990 a Poch começou o desenvolvimento do Samara T3. A Lada criou o Niva T3 mas dessa vez com desenvolvimento próprio, um sucessor vitorioso para um carro vitorioso.
O Mitsubishi Pajero Evolution, começou como uma versão melhor preparada para competições Cross-Country, começaram a ser usados em 1988 junto com os Pajeros normais preparados, começou com um Pajero normal acrescido de algumas mudanças na carroceria, e entre 1990 até 1996 era um protótipo levemente baseado no Pajero original, e de 1997 até 2002 era uma versão mais parruda do Pajero de segunda e terceira geração. Em 2003 volta a ser um protótipo. Em competição por 20 anos, se tornou uma lenda nas provas de rally, garantiu 11 das 12 vitórias da mitsubishi no Dakar além de ter 7 vitórias seguidas na competição.
O Mitsubishi Pajero, foi desenvolvido e apresentado como conceito no salão de Tóquio de 1973, mas seria lançado em 1981 no Japão. O nome vem de um felino da região da Patagônia, o felix pajero, mas em alguns mercados recebia outros nomes, na Grã-Bretanha era Mitsubishi Shogun e na Espanha, Índia e países da América se chamava Montero. Assim como o Range Rover, começou espartano e foi ficando luxuoso à medida que o tempo foi passando. Em 1983 ganhava uma versão alongada, de 5 portas, e no mesmo ano estreou nos rallies, onde se sagrou recordista de vitórias no Dakar. Continua sendo fabricado e se encontra em sua quarta geração.
O Mitsubishi Strakar é uma variante da Linha L200, mas recebeu originalmente o nome de Strada, mas como já havia uma picape com esse nome, o piloto Carlos Souza sugeriu Strakar (uma mistura de Strada com Dakar). Foi lançada em 1999 e no mesmo ano estreou em competições nas mãos de Carlos Souza, onde conseguiu algumas vitórias no Mundial de Cross-Country.
O Range Rover começou como um modelo espartano, diferente do 4x4 de luxo que se tornou com o tempo. tinha suspensões de molas helicoidais, freio a disco nas 4 rodas, tração 4x4 permanente, carroceria em monobloco e motorização Rover V8, embora alguns modelos usavam um V8 da Jaguar. Foi praticamente sinônimo de carro de expedição, assim como o Land Rover Defender, Participando de várias provas Fora-de-estrada, como o Camel Trophy e o Rally Dakar, onde era um carro bastante popular nos anos 80. Foi fabricado pela Rover de 1970 até 1978 quando passou a ser produzido pela Land Rover, e é produzido até hoje, onde se encontra em sua terceira geração.
A Lada foi a primeira marca a entrar oficialmente no Dakar, o Niva teve uma carreira brilhante no Mundial de Cross Country, mas embora com vinte pódios gerais no Dakar e vencer inúmeras etapas, não conseguiu nenuma vitória geral. Em 1989 a Lada em associação com a importadora francesa Poch, e a Equipe Oreca prepararam além dos Niva alguns Samara (VAZ 2108) para concorrer no mundial de Cross-Country na categoria protótipos. Era uma evolução do Samara Eva (protótipo da Lada para o Gr.B) com motor Porsche. Em 1990 ele estréia no Dakar, nas mãos de pilotos como Patrick Tambay e Jacky Ickx. Conseguiu bons resultados em outras competições, como o Rally dos Faraós, Rally da Tunísia e Baja Aragon. E, com o fim dos portótipos 4x4, o Samara T3 se despede das competições.
Além dos carros de fábrica, um dos mais mportantes carros na história do Dakar é o Buggy Schlesser. Jean-Louis Schlesser, compete na prova desde 1988 e constrói seus carros desde 1990. O Buggy Schelesser, já teve vários motores, Renault, Porsche, SEAT, e Ford. E a partir de 1995, a carroceria incorporava um desenho semelhante ao de algum carro da marca do motor. no caso da SEAT, era o Ibiza, com a Renault, foi Megàne e Kangoo, com a Ford foi Focus e atualmente um veículo baseado no GT. Os Buggies Schlesser ganharam cinco vezes o mundial de Cross Country (1998-2002), o Dakar em 1999 e 2000, entre outras competições.
O carro que começou tudo, o Jeep, assim como a Xerox, a Gillette e etc, se enquadra no fenômeno onde a marca é sinônimo do produto. Os CJ vieram no início da segunda guerra, como um projeto de um carro de reconhecimento com capacidade de carga de 250Kg, na concorreência do projeto, três modelos, o Bantan BRC, o Ford GPW, e o Willys MB. O Bantam foi o primeiro eliminado, e os outros dois deram origem ao modelo, já que eram muito similares. A origem do nome Jeep é controversa, alguns dizem que é derivada de GP (General Purpose), que em inglês soava como Jeep, e outros dizem que foi batizado por se parecer com Eugene, The Jeep, personagem do Popeye. Os modelos militares vieram em 1940 e foram usados até 1964, os civis (série CJ, Civilian Jeep) vieram em 1944, e foram fabricados até 1987.Fabricados pela Willys (que criou a marca Jeep), depois pela Kaiser (que havia comprado a Willys), e a AMC, que comprou a Kaiser, e a Chrysler comprou a AMC. A linha CJ foi substituída pelo Jeep Wrangler.
O Aixam Mega Desert foi um protótipo para Rally Cross-Country baseado no Mega de rua, além de ganhar mecânica Mitsubishi (mais precisamente do Pajero) ao invés da usual Citroën, comum nos carros da marca francesa na época, seus modelos esportivos se tornaram parte do passado, tanto os Mega, como o Monte Carlo.A marca segue construindo carros citadinos de baixa cilindrada, e alguns elétricos. A participação dos Mega em competições foi rápida, participou do Rally Dakar de 2000 tendo uma excelente segundo lugar, mantendo o mesmo ritmo dos Pajero Evolution oficiais. Houve uma versão irmã para corridas no gelo, o Aixam Mega Glace, mais baixo e largo que o Desert.
O Nissan Patrol foi um dos vários modelos que vieram na rasteira do Willys CJ, fabricado pela Nissan desde 1951, o Patrol é um dos mais clássicos modelos Fora-de-estrada japoneses. O Patrol foi bastante aceito em países da Oceania, alguns países europeus, América Central, América do Sul, e Ásia. É concorrente direto e de longa data do Toyota Land Cruiser. Seu uso militar é comum até hoje, servindo na ONU. Até 1994 a Ford rebatizava a versão Y60(série GQ) como Maverick na Austrália, e entre 1980 até 2007, as versões 160, Y60 e Y61 eram nomeadas Nissan Safari no Japão.
O Citroën 2CV Sahara, fora desenvolvido para ser usado nas colônias francesas na África, e sua tração vinha de um sistema curioso, ele possui dois motores (o dianteiro, original, e mais um outro instalado na traseira) que compartilhavam a mesma caixa de marchas, embreagem e acelerador. Foi fabricado entre 1958 até 1971 pela Citroën, embora houvessem algumas versões independentes, algumas usando o chassi do Méhari 4x4 com a carroceria do 2CV. Das quase 700 unidades produzidas, somente menos de 30 existem. Sem dúvida um carro raro.
No final da década de 1970, a Dangel desenvolveu algumas modificações para os modelos 504 da Peugeot, tanto a picape quando a perua receberam essa modificação em 1978 como protótipos, e foram lançados com o apoio da marca no Salão de Paris de 1980. apartir do ano seguinte, começaram a fabricação da picape 4x4, e em 1986 veio a 504 Break 4x4 (perua da Linha 504). Originalmente propostos para uso da Gerndarmerie Nationale (forças armadas da França) e uso em áreas remotas, o 504 Dangel caiu no gosto popular dos entusiastas franceses do fora-de-estrada.