Durante a década de 1950, após o automobilismo retomar suas competições de forma regular, os ralis ainda mantinham a atmosfera de aventura que caracterizavam as provas. Nessa época, poucas marcas tinham um departamento específico de ralis, e a maioria dos competidores usavam seus carros particulares para correr. Bastava apenas um bom homem de coração puro e cristão, acompanhado de seu fiel cão, um amigo disposto a navegar, um carro com espaço para bagagem, ferramentas, algumas peças de reposição, galão de gasolina, latas de óleo, comida e o mais importante de tudo...o manual do carro!!
Nessa época, o automobilismo vinha retomando a sua força de antes da Segunda Guerra Mundial. Os fabricantes começavam a olhar para os ralis como um meio fantástico de promover seus carros, e divulgar as tão anunciadas características de desempenho, eficiência e robustez, que teoricamente todos os carros tem. O mais curioso dessa época é que os carros desse período que mais se destacavam não eram os esportivos da época, e sim alguns sedãs de médio porte, bastante robustos e com bom espaço interno.
Em 1957, a CSI (Comission Sportive Internationale – Comissão Esportiva Internacional, braço regulamentador das competições na FIA) começa a por ordem na casa, e anuncia um limite de 10 modificações nos carros de série para competir, eram modificações livres, porém mesmo sendo limitadas em dez, dava pra transformar um carro de rua num carro apto para provas sem muito esforço. Isso aqueceu o mercado de peças, fazendo com que a demanda por componentes de maior desempenho aumentasse, e o desempenho dos carros fosse alterado sensivelmente.
Em provas importantes, os carros mais usados eram os esportivos, como eram eventos internacionais, muitos optavam pelos modelos com vocação para competir, como os Porsche 356, e os Austin-Healey 100-Six, mas nesses casos o regulamento CSI permitia a troca do tanque de combustível por um maior, modificações no carburador, alterar a caixa de marchas e pneus. Mas havia um pulo do gato pra segurar a onda da galera, só poderiam mudar as peças por outras peças originais do fabricante! Isso serviu para os pilotos privados...para os com apoio de fábrica não mudou muita coisa.
Algumas montadoras entraram com equipes próprias como a Mercedes-Benz, Auto Union, a SAAB, a Austin-Healey, a Volvo, etc, onde davam alguma ajuda, como um trocado pra viajar (leia-se ir buscar o carro na fábrica e levá-lo até a prova, e depois levá-lo de volta até a fábrica!!!) auxílio mecânico e dependendo do seu rendimento, um carro 0km fresquinho...saído agora da linha de montagem..hehehe.
As provas eram duras, tanto para os carros, quanto para os pilotos, que em caso de avaria mecânica tinham que se virar sozinhos com pouco mais que algumas peças e um ferramental básico, além da pressão da competição, nessa década começaram as provas de maratona, e o Campeonato Europeu de Ralis. Com isso a brincadeira ficava cada vez mais séria...
Um comentário:
Muito legal Germano. Ver a historia dos ralis pós-guerra é d+
Abração
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